segunda-feira, 16 de abril de 2018

Santo Riso na Cidade de Palhaços - Abril de 2018.

A Oficina da Cidade de Palhaços, "Descubra o seu Palhaço" foi uma lição de vida e ternura. Jovens focados em construir um universo de riso santo e muito amor, foi esta a impressão que ficou. Foram momentos de muita gargalhada e pesquisa, descoberta de muita arte e esplendor e cada estudante da oficina, foi embora, com uma flor pregada no coração. Uma flor plena de  perfume, o perfume da vida e repleto de humanidade. 
Durante a oficina, cada palhaço recebe um nome e cada nome, grava um silêncio e depois ecoa na alma do universo. Foi assim que, o dia 14 e 15 de abril de 2018, se instalou como memória e lembrança para cada uma das 9 pessoas que fizeram a oficina. Agora, o tempo será senhor desta flor que será cultivada na alma e no coração de cada uma daquelas pessoas. A nós, resta apenas a lembrança de que a vida vale a pena, pelo que ela nos apresenta de desafios e possibilidades.

Henrique de Bragança - Foto: Jidduks

Lorena Martins - Foto: Jidduks

Ilana Agnes - Foto: Jidduks

Yaila Rosa - Foto: Jidduks

Crisleide Mallet - Foto: Jidduks

Sollano Gomes - Foto: Jidduks

Schirlley Maia - Foto: Jidduks

Mario Sales - Foto: Jidduks

terça-feira, 13 de março de 2018

Descubra seu Palhaço: Quinta oficina da "Cidade de Palhaços", em Cabo Frio.


Tanto o cortejo como o batismo de palhaços são dois momentos símbolos de mergulho na arte da palhaçaria brasileira.


A oficina de iniciação à arte da palhaçaria, oferece a possibilidade da descoberta de um caminho  possível para aqueles que querem acrescentar a alegria e a crítica em sua vida artística, sem perder a ternura. Os palhaços não são apenas profissionais do riso, vão muito além, pois buscam, acima de tudo, fazer do riso um ponto forte de conexão entre as pessoas, quer seja artista ou público.


Com 5 anos de atividade, a Cidade de Palhaços, vem despertando olhares para esta arte em Cabo Frio e região. Com vivências iniciadas em 2013, junto ao OFICENA - Curso Livre de Teatro do Teatro Municipal de Cabo Frio, o trabalho cresceu e se espalhou a partir de 2016, quando o TCC - Teatro Cabofriense de Comédia, montou a peça "Palhaçada à Brasileira", espetáculo que exigiu um treinamento do grupo dentro de algumas técnicas de palhaçaria de rua e palco. Foi assim que, durante todo o ano de 2016, o grupo realizou mais de 30 apresentações deste espetáculo, colocando em prática as inúmeras possibilidades da arte do palhaço tais como: Cortejo, dramaturgia de palhaçaria teatral e reprise de palhaçaria tradicional.
Ha 20 anos atrás a prática da arte do palhaço era, praticamente, uma atividade secreta, restrita apenas a quem trabalhava em circo ou elenco fixo de teatro de variedades, além de entretenimentos em festinhas de aniversário e programas de TV. Hoje, a arte ganhou volume e é apreciada por pessoas que, inclusive, se dedicam apenas ao fazer "palhaçal". Para o artista é muito importante dar voz ao seu lado mais engraçado, além de aprofundar a psiquê de sua essência "palhacesa", isto vai ajudá-lo em quaisquer outros tipos de expressão como música, teatro e até mesmo no mundo do trabalho fora da realidade artística, pois, nem sempre quem faz uma oficina de palhaçaria, deseja ser palhaço profissional.
A Oficina da cidade de palhaços, hoje, tem credibilidade o suficiente para levar o conhecimento desta arte por todo o Brasil, quer seja na forma de espetáculo ou em forma de troca de conhecimento e desenvolvimento da arte de rua, palco e picadeiro. 

Clique na CIDADE DE PALHAÇOS - 2018 e curta nossa página no facebook.

SERVIÇO:
Oficina "Descubra o seu Palhaço".
Data - 14 e 15 de Abril de 2018.
Maiores informações - (22) 9 9813 5032 - Falar com Nathally.

domingo, 28 de maio de 2017

Cabo Frio entra na "era dos cabarets. O que mais vem por aí?

Uma lona cheia de surpresas com um público da melhor cepa em qualidade e sensibilidade. Cabo Frio, entrnado
na era dos Carabaret - Foto: Paulo de Tarso.

Mais uma vez a lona mais charmosa da Região dos Lagos, "Meu Vizinho Trapezista", conquistou o publico de Cabo Frio. Sem dúvida, motivo de orgulho para os cabofrienses, mergulhou na essência do circo, trazendo, além de uma noite iluminada de arte lúdica e muita poesia, momentos de paixão pelo circo. 
Um dos grandes momentos, foi quando, Hugo Leal, mesmo com dor na coluna, não resistiu à descarga de adrenalina e resolver encarar o trapezio. Fez belas evolução com sua "palhaça" contra-regra e demonstrou, além de talento, a entrega absoluta à arte circense que já tem quatro anos de prática constante em Cabo Frio.
Graças ao estímulo da lona "Meu Vizinho Trapezista", começa a surgir na cidade, um movimento independente para a arte, tanto do circo enquanto habilidades complexas, que envolve aéreo e acrobacias, bem como, a arte da palhaçaria, hoje, uma realidade na cidade. Ano passado, 2016, a cidade se viu invadida pelos trabalhos realizados pelo TCC - Teatro Cabofriense de Comédia e a afirmação do Ambulatório de Palhaços, que, aliás, está em plena ascensão, na cidade. Falaremos sobre eles num outro artigo.
Maria Paula, sabe inspirar as ações circenses na cidade, tanto que está atraindo, para a Lona, uma gama de convidados de peso, que inclui artistas estrangeiros, além de profissionais ligados ao movimento de circo no Brasil todo, como, a presença ativa de profissionais da Intrépida Trupe. 
Neste ultimo Caberet, os artistas convidados: Julio Nascimento, Edgar Ramos e Diana Bloch, coroaram a festa com ótimas ações de alto nível profissional, dando ao público um gosto de quero mais. Também não ficaram atrás os números locais, capitaneados pela trupe "Meu Vizinho Trapezista", com o belo número de dança de Tatiana Prota, um show de expressão e boa técnica, além das presenças de Bruna Dawes, que felz Lira e Tecido; Augusto, e sua inesquecível Roxane, a trapezista, e, claro, Hugo Leal e Maria Paula. O já famoso número "Dança das Cadeiras", contou com a participação de Diana Bloch.
Vale aqui, um destaque para o jovem e experiente artista argentino Lucas Salvato e seu incrível palahaço "Ramita", que trouxe um completo e bem bonito número de malabares que fez a platéia sonhar, sorrir e viver, um belo contato feliz com a arte circense latino americana.
Enfim, foi uma noite completa para as artes de Cabo Frio, com um público sensível, seleto, dos melhores. Ao final da festa, muita confraternização e a presença, também de outros artistas e agitadores culturais que, ao sabor de muito vinho, boa comida e ambiente agradável, já estavam perguntando quando seria o próximo CABARET DA LONA!

sábado, 21 de janeiro de 2017

Cabo Frio e a ARTE PÚBLICA - 2017

Janeiro, mês de férias e momento em que a cidade se encontra lotada de turistas, Cabo Frio tem uma bela surpresa. Artistas locais, seguem firmes em seu propósito de levar arte e amor para as praças da cidade e de fora da cidade, inúmeros artistas  fazendo arte de pública e passando o chapéu. 
É a cultura respirando ares de independência!


Nesta foro, a presença de três projetos que uniram forças "Sol sem Dó", de Duque de Caxias, "Cia. Sapato Velho" do Rio de
Janeiro e "Cidade de Palhaços", de Cabo Frio. Um encontro de muitas gargalhadas no espaço BURACO DO TATÚ.
Vim morar em Cabo Frio, em 2004 e pouquíssimas vezes vi teatro de rua na cidade, embora os artistas locais sejam muito bons, divertidos e bastante trabalhadores; entretanto, trabalhar na rua, nunca foi o forte dos artistas locais. Deste período para cá, vi algumas vezes o tradicional grupo Creche na Coxia, fazer alguns trabalhos na rua e a Trupe Andararilho, que, por volta de 2009, fez um belíssimo trabalho de rua chamado "Não fui eu". A TRIBAL - Associação Cultural Tributo à Arte e à Liberdade, em seu auge, criou uma trupe de artista e apresentou um belo alto de natal, de João Siqueira, "O Auto do Trabalhador". Foi tudo muito bonito e chegou a circular pela região, em um belo caminhão. Tirando isso, algumas tentativas de turbinar a rua com arte teatral, partiu do FESQ - Festival de Esquetes e Artes Integradas de Cabo Frio, com ótimos resultados.
A consolidação recente com o trabalho de rua local, vejo com a reestruturação do Curso de Interpretação do Teatro Municipal, que, a partir de 2013 recebeu o nome de OFICENA. Com um investimento pedagógico pesado em cima das novas gerações, conseguiu levar os alunos para a praça e, posteriormente, fomentar a atividade de grupos novos com o intuito de se apresentarem, também, nas ruas e praças da cidade. Foi um desbunde que começou em 2015 e entrou em 2017 com força total. Este ano, o mês de janeiro começou um pouco tímido, com os novos grupos mais agressivos, das novas gerações, em fase de negociação interna e reestruturação de suas equipes. O resultado está sendo um mês de janeiro um pouco tímido para as artes públicas locais. Tudo isso, coincidindo com uma mudança na gestão política da cidade, normal, novas propostas, identificação dos grupos, desconstrução, reconstrução e por aí vai.

Com uma platéia forte e consistente, Rufino leva sua trupe para o ESPAÇO CAPOEIRA. Ajudando a organizar a ação dos
artistas de rua tanto locais como de fora da cidade, assim, o bolo é repartido entre todos de forma igualitária. É a arte pública
entrando em 2017, já com uma organização melhor, em Cabo Frio.
Mas a arte pública respirou com força, dessa vez, com uma figura da cidade que, desde que veio morar em Cabo Frio,  nunca deixou de fazer seu trabalho na rua, de forma estruturada. Rufino, tem sido uma grande força de inspiração para o teatro local. Ele começou 2017, puxando o bonde dos artistas, propondo uma escala de horário para o ponto principal da praça, o ESPAÇO CAPOEIRA, que tem a iluminação menos precária para os artistas trabalharem. Rufino conseguiu chamar todo mundo para o diálogo, inclusive os artistas de fora, que passaram a seguir uma regra simples, sem imposições e que fosse bom pra todo mundo. O resultado é um súbito fortalecimento da arte pública que chamou, mais uma vez, a atenção nacional para Cabo Frio.
Recentemente, a Cia. Sapato Velho, do Rio de Janeiro juntou forças com a cia Sol sem Dó, da baixada, e juntos, fizeram uma parceria incrível com uma bela temporada no espaço BURACO DO TATU, que virou ponto de encontro de bandas artísticas e o pessoal do RAP, que passaram a se juntar para fazer batalhas de poesia e dança de rua. O BURACO DO TATU, virou o espaço underground das artes públicas de Cabo Frio, local para experimentações e muita farra, dando aos turistas, a alternativa de curtir a vida cultural pulsante de Cabo Frio.

Depois de se apresentar no ESPAÇO CAPOEIRA, o TCC - Teatro Cabofriense de Comédia, se confraterniza com os amigos.


No bojo dos novos acontecimentos, o TCC - Teatro Cabofriense de Comédia, o Sarau Flores Literária e a Cia. Andança por um Teatro Livre, marcaram presença na escadaria do teatro municipal e, posteriormente, foram, também para o ESPAÇO CAPOEIRA, onde fizeram seus trabalhos fluir, em contato com uma platéia de turistas que se divertiram muito com a programação oficial que, passou a fazer da praça, também, seu espaço de expressão artística.
Com tantas mudanças acontecendo no mundo das artes locais, além de uma mudança política em escala mundial, a arte pública começa a dar sinais de vida inteligente na cidade de Cabo Frio, onde, a vocação para o fazer artístico é tão antiga quanto a cidade, e que, no entanto, o engajamento daqueles que fazem arte local, está, cada vez mais, se imbuindo de força e energia para mostrar uma "outra praia", onde a cultura dá seu brado de resistência.
BORA PRA PRAÇA, MEU POVO!

segunda-feira, 28 de novembro de 2016

Quando o Vizinho é um Trapezista

No final do novo espetáculo da lona "Meu Vizinho Trapezista", vi uma das mais belas imagens das artes cênicas de Cabo Frio. Rostos em formação e brilho no olhar, observando o palhaço-mímico Prezepino fazer sua mímica de finalização do espetáculo. Estava consolidada, definitivamente, o início de vida circense de Cabo Frio.

O Cabaré da trupe "Meu Vizinho Trazpezista" deu um show de presença no picadeiro, resultado de muita transpiração e
ensaios incessantes, a resposta veio com a alegria da platéia presente. Foto: Thiago Andrade.
O início da história contemporânea do circo em Cabo Frio, começou em 2013, nas oficinas de aéreos da Maria Paula, tão logo as a aulas começaram, uma trupe foi surgindo, com os alunos dedicados que aos poucos foram, também, consolidando seus espetáculos e suas ações artísticas em favor da construção de uma linguagem circense, praticamente, só de números aéreos. Lembro que nesse período, dei minha primeira oficina de palhaçaria para os alunos do OFICENA, interessados na arte circense. Dessa forma, o que parecia ser o reinício da arte do circo em Cabo Frio foi se consolidar 4 anos depois, quando, finalmente, a lona "Meu Vizinho Trazpezista" abriu o picadeiro.
A soma dos esforços e a resultante artística fizeram
a diferença no primeiro cabaré noturno da lona
"Meu Vizinho Trazpezista" - FOTO: Thiago Andrade.
As primeiras 05 apresentações diretamente na lona, foram todas para crianças e em horário diurno, sempre com casa lotada, atraindo famílias cabofrienses e turistas. Podemos dizer que a lona estava ainda vivendo sua fase larvária, se descobrindo, aprendendo a lidar com o público e inventando sua própria maneira de contribuir para a tradição das artes cênicas locais. Logo depois, a Lona dominou os aspectos de construção do espetáculo e virou um point de trabalho para quem faz esse tipo de arte. 
Quem frequentou a Lona nos últimos meses, viu diversas trupes locais se apresentar nesse novo espaço cultural independente da cidade. 
No dia 25 de novembro, a lona alcançou, definitivamente, sua maior idade, lançando um Cabaré para adultos, abrindo caminho na tradição do circo teatro, com um belíssimo espetáculo recheado de números aéreos e com a presença de um público composto por famílias,  artistas e intelectuais da cidade. Foi uma noite memorável, inesquecível e a estréia de uma trupe completamente unida e pulsante, cheia de energia e fé na arte do picadeiro. O resultado foi o que se esperava e já com histórias novas pra contar, como um belíssimo número chamado "Solo", na verdade um Duo, feito por um casal de artistas, que emocionou a platéia, tal a energia de amor que emanava. O público, arrebatado, aplaudiu em pé.
Com toda a renda da noite doada, pelos artistas, para o espaço, a Lona procura agora, incentivo para completar sua construção em alguns detalhes necessários para que o público vá, cada vez mais, encontrando um lugar aconchegante para, finalmente, respirar a arte do circo em Cabo Frio. Agora, é aguardar as novidades, pois, temos certeza que o que começou em 2013, nunca mais vai parar. Acreditamos que a cidade dará seu devido valor.

Jiddu Saldanha - (Blogueiro)


domingo, 18 de setembro de 2016

ESLIPA. Onde a mímica encontra o palhaço!

Desde minhas primeiras aulas, como professor de mímica para palhaços, na ESLIPA, algo me chamou a atenção. Sua metodologia. Com uma pedagogia libertária, fundada no conhecimento dos mestres palhaços, a ESLIPA flerta com o conhecimento em diversas nuances. De um lado, valoriza o conteúdo teórico e a percepção histórica do fazer "palhascesco", dentro de um universo onde o aprendizado é oferecido, juntamente com o conhecimento, por outro lado, uma escola focada no empirismo, onde o aperfeiçoamento da técnica, perpassa pelo contato permanente com o eu palhaço através da reflexão e prática desta arte.

Uma bela turma em 2012. Quatro anos depois, a ESLIPA segue crescendo
e proporcionando o que há de melhor, num aprendizado para palhaços.
Em 2012, circulando pelos espaços culturais do Rio de Janeiro, a ESLIPA ainda flutuava aqui e ali para realizar suas aulas. Lembro que fui dar aula na lona Crescer e Viver, e lá, reencontrei meu amigo, Vinícius Daumas. Também tive a oportunidade de encontrar a pesquisadora Alice Viveiros de Castro. Um manancial de conhecimento e generosidade, tendo como foco principal, os alunos. Gente focada e que hoje faz bonito no mundo da arte, Patrícia Ubeda, Lili Castro, Dio Jaime Vianna e tantos outros que potencializaram sua relação com a arte da palhaçaria.
A ESLIPA é uma escola com modelo e pedagogia, únicos, longe de formalismos e caretices, a escola vai direto ao ponto, leva o profissional que trabalha no ofício, aqueles, obviamente, que percorrem uma filosofia na vida artística de seu criar cotidiano, assim, o contato com profissionais como Pepe Nuñez, Biribinha e Lili, entre outros, transforma uma linguagem que transgride as formas tradicionais para respeitar a tradição, um paradoxo, típico do mundo contemporâneo, não se pode falar em palhaçaria se conhecer os verdadeiros palhaços.
Em 2015 e 2016, a Tive a honra de voltar a dar aula na ESLIPA a convite do meu mestre e guru Richard Riguetti, encontrei um ambiente velho e novo. Velho porque a valorização à tradição, não ser perdeu, o que dá à ESLIPA um vigor único; novo porque tudo está nascendo e renascendo ali. Desde o figurinista e o estudo de ambientação para uma reprise, até a reflexão e abordagem sociológica, importante, para se discutir, acima de tudo, a ética por trás da vida de um artista que vai devotar seu destino aos picadeiros.

Estudar mímica com palhaços e cima de um picadeiro, é um sonho vivido.
Aula em 2016, na Escola Nacional de Circo, para alunos da ESLIPA.
Em 2016, participei de uma roda, das mais bonitas, foram dois dias de aula e um mergulho na essência e na criação, mas, o mais bonito foi ver nascer e se resolver, um conflito dentro da escola, uma discussão profunda sobre relacionamento humano, um debate e uma mediação que levou todos os alunos a emitirem seus pensares sobre ética e visão de mundo. No final, um abraço coletivo, muitos abraços e muitos reencontros de emoções, em seguida, uma aula de mímica para palhaços.
Desde que comecei a fazer mímica, em 1989, fui tocado pela energia do meu mestre Everton Ferre, tenho sido fiel à sua visão de ética e procurado fazer da pantomima, não apenas um ganha pão, mas uma forma de ver e perceber o mundo, através das oportunidades que recebo, vivo e vejo na rotina constante do meu fazer diário. Não é fácil ser mímico, nada é fácil. Lidar com a invisibilidade é bem mais complicado do que enfrentar o silêncio, já que este, para nós, os mímicos, é uma forma de eloquência também. Levar para uma sociedade um olhar e tirar dela outros olhares para vida, este tem sido o grande desafio e é por isso que eu simplesmente gosto de estar entre os jovens e a equipe da ESLIPA, uma escola do coração.

Jiddu Saldanha - Mímico e Blogueiro

sábado, 17 de setembro de 2016

Domingos Montagner - Uma Salva de Risos para o Grande Palhaço!

Em alguns anos, a crônica artística brasileira vai lembrar de Domingos Montagner como um grande palhaço, um artista circense, um poeta do lúdico. Antes de seu sucesso na TV, Rodrigo em sua Cia. Lamínima, fizera grande sucesso com o espetáculo "A Noite dos Palhaços Mudos", dirigido por Álvaro Assad. Tempos depois, a mesma história, escrita pela cartunista Laertes, virou filme dirigido por Juliano de Lucca. Uma história que encantou o público brasileiro, tendo viajado e ganhado grandes prêmios pelo Brasil a fora.




Vivendo momentos e navegando nessa nave mãe chamada terra, todos de algum modo, caminham em direção à morte. Morrer é um sentido que talvez explique, de fato, a vida. A razão de nosso existir mais pleno, a forma como pulsamos para a vida e a maneira como caminhamos, em direção a nossos objetivos, nossos delírios, nossos sonhos.
O mundo de um verdadeiro palhaço, com desfecho trágico, pode ser uma metáfora de nossa dor, de nossa existência, de nosso caminhar e respirar cotidiano. Domingos, de alguma forma, deixa sua marca para sempre, aderente em cada coração que teve a honra e o prazer de contemplar sua vida artística e suas criações poéticas.
Embora não tenha acompanhando sua vida artística na TV, lembro-me apenas de tê-lo visto, nos anos 90, peregrinando pelos teatros e eventos artísticos em algum lugar do Brasil. São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador, talvez. O fato é que a gente reconhece um colega de profissão mesmo não sendo amigo no sentido mais presencial. Saber-se portador de sonhos que se aproximaram e que de alguma forma se uniram, é a razão maior desta pequena homenagem da Cidade de Palhaços a este grande artista.
Sendo assim, só me resta saudar este grande artista com a frase preferida de um outro palhaço incrível, o "Café Pequeno", de Richard Riguetti: Para Domingos Montagner peço a todos, UMA SALVA DE RISOS...

Um filme de Juliano Luccas, veja o Trailler de
"A NOITE DOS PALHAÇOS MUDOS"


Jiddu Saldanha - Blogueiro