domingo, 28 de maio de 2017

Cabo Frio entra na "era dos cabarets. O que mais vem por aí?

Uma lona cheia de surpresas com um público da melhor cepa em qualidade e sensibilidade. Cabo Frio, entrnado
na era dos Carabaret - Foto: Paulo de Tarso.

Mais uma vez a lona mais charmosa da Região dos Lagos, "Meu Vizinho Trapezista", conquistou o publico de Cabo Frio. Sem dúvida, motivo de orgulho para os cabofrienses, mergulhou na essência do circo, trazendo, além de uma noite iluminada de arte lúdica e muita poesia, momentos de paixão pelo circo. 
Um dos grandes momentos, foi quando, Hugo Leal, mesmo com dor na coluna, não resistiu à descarga de adrenalina e resolver encarar o trapezio. Fez belas evolução com sua "palhaça" contra-regra e demonstrou, além de talento, a entrega absoluta à arte circense que já tem quatro anos de prática constante em Cabo Frio.
Graças ao estímulo da lona "Meu Vizinho Trapezista", começa a surgir na cidade, um movimento independente para a arte, tanto do circo enquanto habilidades complexas, que envolve aéreo e acrobacias, bem como, a arte da palhaçaria, hoje, uma realidade na cidade. Ano passado, 2016, a cidade se viu invadida pelos trabalhos realizados pelo TCC - Teatro Cabofriense de Comédia e a afirmação do Ambulatório de Palhaços, que, aliás, está em plena ascensão, na cidade. Falaremos sobre eles num outro artigo.
Maria Paula, sabe inspirar as ações circenses na cidade, tanto que está atraindo, para a Lona, uma gama de convidados de peso, que inclui artistas estrangeiros, além de profissionais ligados ao movimento de circo no Brasil todo, como, a presença ativa de profissionais da Intrépida Trupe. 
Neste ultimo Caberet, os artistas convidados: Julio Nascimento, Edgar Ramos e Diana Bloch, coroaram a festa com ótimas ações de alto nível profissional, dando ao público um gosto de quero mais. Também não ficaram atrás os números locais, capitaneados pela trupe "Meu Vizinho Trapezista", com o belo número de dança de Tatiana Prota, um show de expressão e boa técnica, além das presenças de Bruna Dawes, que felz Lira e Tecido; Augusto, e sua inesquecível Roxane, a trapezista, e, claro, Hugo Leal e Maria Paula. O já famoso número "Dança das Cadeiras", contou com a participação de Diana Bloch.
Vale aqui, um destaque para o jovem e experiente artista argentino Lucas Salvato e seu incrível palahaço "Ramita", que trouxe um completo e bem bonito número de malabares que fez a platéia sonhar, sorrir e viver, um belo contato feliz com a arte circense latino americana.
Enfim, foi uma noite completa para as artes de Cabo Frio, com um público sensível, seleto, dos melhores. Ao final da festa, muita confraternização e a presença, também de outros artistas e agitadores culturais que, ao sabor de muito vinho, boa comida e ambiente agradável, já estavam perguntando quando seria o próximo CABARET DA LONA!

sábado, 21 de janeiro de 2017

Cabo Frio e a ARTE PÚBLICA - 2017

Janeiro, mês de férias e momento em que a cidade se encontra lotada de turistas, Cabo Frio tem uma bela surpresa. Artistas locais, seguem firmes em seu propósito de levar arte e amor para as praças da cidade e de fora da cidade, inúmeros artistas  fazendo arte de pública e passando o chapéu. 
É a cultura respirando ares de independência!


Nesta foro, a presença de três projetos que uniram forças "Sol sem Dó", de Duque de Caxias, "Cia. Sapato Velho" do Rio de
Janeiro e "Cidade de Palhaços", de Cabo Frio. Um encontro de muitas gargalhadas no espaço BURACO DO TATÚ.
Vim morar em Cabo Frio, em 2004 e pouquíssimas vezes vi teatro de rua na cidade, embora os artistas locais sejam muito bons, divertidos e bastante trabalhadores; entretanto, trabalhar na rua, nunca foi o forte dos artistas locais. Deste período para cá, vi algumas vezes o tradicional grupo Creche na Coxia, fazer alguns trabalhos na rua e a Trupe Andararilho, que, por volta de 2009, fez um belíssimo trabalho de rua chamado "Não fui eu". A TRIBAL - Associação Cultural Tributo à Arte e à Liberdade, em seu auge, criou uma trupe de artista e apresentou um belo alto de natal, de João Siqueira, "O Auto do Trabalhador". Foi tudo muito bonito e chegou a circular pela região, em um belo caminhão. Tirando isso, algumas tentativas de turbinar a rua com arte teatral, partiu do FESQ - Festival de Esquetes e Artes Integradas de Cabo Frio, com ótimos resultados.
A consolidação recente com o trabalho de rua local, vejo com a reestruturação do Curso de Interpretação do Teatro Municipal, que, a partir de 2013 recebeu o nome de OFICENA. Com um investimento pedagógico pesado em cima das novas gerações, conseguiu levar os alunos para a praça e, posteriormente, fomentar a atividade de grupos novos com o intuito de se apresentarem, também, nas ruas e praças da cidade. Foi um desbunde que começou em 2015 e entrou em 2017 com força total. Este ano, o mês de janeiro começou um pouco tímido, com os novos grupos mais agressivos, das novas gerações, em fase de negociação interna e reestruturação de suas equipes. O resultado está sendo um mês de janeiro um pouco tímido para as artes públicas locais. Tudo isso, coincidindo com uma mudança na gestão política da cidade, normal, novas propostas, identificação dos grupos, desconstrução, reconstrução e por aí vai.

Com uma platéia forte e consistente, Rufino leva sua trupe para o ESPAÇO CAPOEIRA. Ajudando a organizar a ação dos
artistas de rua tanto locais como de fora da cidade, assim, o bolo é repartido entre todos de forma igualitária. É a arte pública
entrando em 2017, já com uma organização melhor, em Cabo Frio.
Mas a arte pública respirou com força, dessa vez, com uma figura da cidade que, desde que veio morar em Cabo Frio,  nunca deixou de fazer seu trabalho na rua, de forma estruturada. Rufino, tem sido uma grande força de inspiração para o teatro local. Ele começou 2017, puxando o bonde dos artistas, propondo uma escala de horário para o ponto principal da praça, o ESPAÇO CAPOEIRA, que tem a iluminação menos precária para os artistas trabalharem. Rufino conseguiu chamar todo mundo para o diálogo, inclusive os artistas de fora, que passaram a seguir uma regra simples, sem imposições e que fosse bom pra todo mundo. O resultado é um súbito fortalecimento da arte pública que chamou, mais uma vez, a atenção nacional para Cabo Frio.
Recentemente, a Cia. Sapato Velho, do Rio de Janeiro juntou forças com a cia Sol sem Dó, da baixada, e juntos, fizeram uma parceria incrível com uma bela temporada no espaço BURACO DO TATU, que virou ponto de encontro de bandas artísticas e o pessoal do RAP, que passaram a se juntar para fazer batalhas de poesia e dança de rua. O BURACO DO TATU, virou o espaço underground das artes públicas de Cabo Frio, local para experimentações e muita farra, dando aos turistas, a alternativa de curtir a vida cultural pulsante de Cabo Frio.

Depois de se apresentar no ESPAÇO CAPOEIRA, o TCC - Teatro Cabofriense de Comédia, se confraterniza com os amigos.


No bojo dos novos acontecimentos, o TCC - Teatro Cabofriense de Comédia, o Sarau Flores Literária e a Cia. Andança por um Teatro Livre, marcaram presença na escadaria do teatro municipal e, posteriormente, foram, também para o ESPAÇO CAPOEIRA, onde fizeram seus trabalhos fluir, em contato com uma platéia de turistas que se divertiram muito com a programação oficial que, passou a fazer da praça, também, seu espaço de expressão artística.
Com tantas mudanças acontecendo no mundo das artes locais, além de uma mudança política em escala mundial, a arte pública começa a dar sinais de vida inteligente na cidade de Cabo Frio, onde, a vocação para o fazer artístico é tão antiga quanto a cidade, e que, no entanto, o engajamento daqueles que fazem arte local, está, cada vez mais, se imbuindo de força e energia para mostrar uma "outra praia", onde a cultura dá seu brado de resistência.
BORA PRA PRAÇA, MEU POVO!